A atual montagem de “Wicked” é uma prova de que o teatro musical brasileiro ganhou respeito internacional. O espetáculo esteve no Brasil em 2016 como uma réplica do show da Broadway, mas desta vez o criador Stephen Schwartz confiou no time brasileiro e autorizou a segunda montagem original do espetáculo no mundo. O público vai encontrar novos cenários, figurinos e efeitos especiais, mas, para a tranquilidade dos fervorosos fãs, o musical traz novamente Myra Ruiz no papel de Elphaba. “Foi desafiador voltar para o físico da personagem, de reacostumar com esse crossfit que a gente faz. De resto, foi descobrir as novidades. Foi difícil tecnicamente, a gente criou um espetáculo muito grande em tempo recorde. A gente usou cada preview [apresentação antes da estreia] para ajustar muito o espetáculo. Grandes mudanças em pouco tempo”, comentou a artista.
A preparação da atriz para viver a bruxa verde mais famosa do teatro musical não é simples e toda a caracterização dura cerca de 1h30. “Mudou o tom [do verde] e a forma de desenhar, mas é uma maquiagem básica. É como se eu tivesse passado uma base, desenhado os meus olhos para o palco, só que por acaso a base dela é verde”, comentou Myra. A trama explora os bastidores do clássico “O Mágico de Oz”, dando explicações de como surge o Homem de Lata, do por que o Leão é covarde e por qual motivo a Elphaba se irrita tanto com a Doroty. No entanto, o foco principal da trama é a relação de amor, ódio e amizade entre a Bruxa Má do Oeste com a popular Glinda, que mais uma vez é vivida por Fabi Bang. “Existe magia na relação das duas e, coincidentemente, é o que a minha relação é com a Myra. A gente tem virtudes diferentes, temperamentos diferentes, mas a gente se respeita e aprende tanto uma com a outra que isso é o fantástico da nossa relação e o porquê da gente conseguir contar essa história com tanta verdade.”
Abordando temas como bullying, empoderamento feminino e fake news, Wicked se torna atual, mesmo estando há 20 anos em cartaz na Broadway. No Brasil, o espetáculo foi revolucionário, pois criou uma fan base tão forte, que garantiu que a nova montagem vendesse antes mesmo da estreia mais de 40 mil ingressos. “Ter uma comoção da galera querer vir fantasiada e querer deixar uma lembrança com a gente, é um reflexo do que o show de fato causa no público. Acho que essa capacidade que a Glinda e a Elphaba tem de cativar as pessoas é por elas serem muito humanas, elas têm multifacetas, elas não são o bom ou o mal, elas carregam o estereótipo, mas na essência, elas são super humanas”, pontuou Fabi.
Além de um novo visual, “Wicked” ganhou novos efeitos especiais e até fogo vocês vão ver no palco. Fora isso, a cena mais famosa e aguardada do musical, que é quando a Elphaba voa, foi repensada e tem tirado o fôlego do público, isso porque o voo acontece por cima da plateia graças a uma estrutura que nunca foi vista antes em um espetáculo aqui no Brasil. “Durante a operação do voo, a gente tem dois técnicos que ficam dedicados a isso, mas de modo geral, no dia a dia, são cinco pessoas envolvidas em todo o cuidado e segurança para o cumprimento dos protocolos”, contou o coordenador técnico Leandro Foutoura. Myra disse à Jovem Pan que consegue ver a reação do público na hora do voo sobre a plateia e definiu a experiência como incrível. A atual montagem de “Wicked” também traz novidades no elenco, como o talentoso Tiago Barbosa, que inovou ao propor um Fyiero bissexual, e Marcelo Medici, que trouxe um toque a mais de humor interpretando o Mágico de Oz.