Rodrigo Balassiano explica que os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) permitem a transformação de créditos privados em investimentos negociáveis. Originados pela securitização de ativos, eles atraem investidores ao oferecer acesso a papéis com garantias reais. Eles atuam como intermediários entre originadores de crédito e o mercado financeiro. Sua relevância cresce exponencialmente, pois democratizam o acesso à renda fixa com potencial de retorno superior a opções tradicionais.
Como funciona a estrutura de um FIDC?
A operação de um FIDC começa com a aquisição de créditos de uma empresa originadora, que busca liquidez imediata. Esses direitos são transformados em cotas do fundo, vendidas a investidores. Os recursos captados financiam a compra dos ativos, enquanto os pagamentos dos devedores geram os rendimentos para os cotistas. A estrutura inclui um administrador, responsável pela gestão, e um agente fiduciário, que protege os interesses dos investidores. Assim, o risco está vinculado à qualidade dos créditos adquiridos.
Quais são os benefícios fiscais dos FIDCs?
Um dos atrativos dos FIDCs é a isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos para pessoas jurídicas, desde que o fundo seja classificado como não condominial. Já para pessoas físicas, o IR incide apenas sobre o ganho líquido, com alíquota de 15%, reduzindo a carga tributária comparada a outros ativos. Rodrigo Balassiano frisa que a estrutura permite deduzir despesas operacionais e de gestão, otimizando a rentabilidade.
Quais riscos estão associados aos FIDCs?
Apesar dos benefícios, os FIDCs carregam riscos que exigem análise cuidadosa. O principal é o risco de crédito, já que o retorno depende da quitação dos devedores dos ativos adquiridos. Também há o risco de liquidez, caso o fundo não tenha cotas facilmente negociáveis no mercado secundário. A volatilidade econômica, como alta da inadimplência ou desaceleração do setor da originadora, também pode impactar negativamente os resultados. Portanto, a due diligence na escolha do FIDC é essencial.
Por que os FIDCs são estratégicos para investidores institucionais?
Segundo Rodrigo Balassiano, instituições financeiras e fundos de pensão buscam diversificação e retornos estáveis, e os FIDCs atendem a essas demandas. Com ticket mínimo elevado, eles oferecem acesso a carteiras de crédito com spread atrativo, muitas vezes indexados a taxas como CDI ou Selic. A possibilidade de estruturar FIDCs customizados permite alinhar investimentos a estratégias de longo prazo, como crédito imobiliário ou agronegócio, com menor exposição ao risco sistêmico.

Como os pequenos investidores podem participar dessa oportunidade?
Embora inicialmente restritos a grandes players, hoje existem FIDCs abertos ao varejo, com cotas acessíveis a partir de R$10 mil. Plataformas digitais e corretoras facilitam a entrada de pessoas físicas, que podem diversificar sua carteira com ativos fora do circuito tradicional. Ademais, Rodrigo Balassiano destaca que a possibilidade de investir via fundos multimercado que alocam em FIDCs reduz a complexidade, oferecendo liquidez e profissionalismo na gestão.
Exemplos práticos de operações com FIDCs
Imagine uma rede varejista com R$100 milhões em duplicatas a receber em 180 dias. Ao vender esses créditos a um FIDC, ela recebe capital imediato para investir em estoque. O fundo, por sua vez, capta R$90 milhões com investidores, projetando um retorno de 12% ao ano após descontar riscos e custos. Se os clientes da rede pagarem em dia, os cotistas lucram com a diferença. Em outro cenário, um FIDC focado em crédito rural pode financiar safras com garantia de colheita, oferecendo retornos ajustados à produtividade.
Qual o potencial de retorno e por que os FIDCs merecem atenção?
Estudos indicam que FIDCs bem estruturados podem gerar retornos anuais entre 12% e 15%, superando a Selic e títulos públicos. Projeções consideram a qualidade dos ativos, o spread médio e o ciclo econômico. Rodrigo Balassiano ressalta que para investidores que buscam inovação e maior rentabilidade, os FIDCs são uma aposta estratégica, especialmente em tempos de juros altos. Contudo, como qualquer ativo, exigem estudo prévio e diversificação para mitigar riscos específicos.
Portanto, é possível observar que os FIDCs representam uma evolução no mercado de renda fixa. Tanto instituições quanto indivíduos podem aproveitar suas vantagens, desde que entendam seu funcionamento e avaliem os riscos. Com exemplos práticos e projeções promissoras, essa ferramenta se posiciona como uma alternativa sólida em momentos de busca por diversificação. No entanto, como em qualquer investimento, a chave está na análise criteriosa e no acompanhamento constante das operações.
Autor: Artem Vasiliev